sexta-feira, 27 de abril de 2012

Entendendo as tablaturas de bateria

Olá todos!

Em tão pouco tempo já consegui criar mais um post. Espero que eu continue assim. Então, vamos lá.
A gente não aprende a andar de bicicleta antes de aprender a engatinhar e a andar. De maneira similar, antes de começar a apresentar como gravar linhas de baterias e músicas, devo explicar qual será a notação que utilizarei neste blog. Não apenas para ajudar-los a ler o que coloco aqui, mas até como uma referência para que eu mesmo possa manter um padrão nos meus "posts". É provável que eu comece com um padrão e vá alterando, ou refinando este padrão até chegar numa apresentação comum, repetível e sem ambiguidades. Para começar, vou explicar a tablatura utilizada para bateria.
Para que outras pessoas nos entenda e possa repetir o que dizemos, para passar uma informação para frente ou para gravar na cabeça, é ncessária a transmissão de nossa idéia. A maneira mais comum é natural é a fala - pelo menos se tornou natural depois de milhares de anos que o homem tenta se comunicar uns com os outros. Mas este meio de comunicação exige que o comunicador (aquele de fala) esteja presente ao receptor (aquele que recebe ou ouve a mensagem). Além disso, por mais clara que seja a mensagem, depois de certo tempo não conseguimos lembrar as palavras exatas que ouvimos e acabamos por distorcer-la.
A escrita é outro meio que o homem encontrou para transmitir uma mensagem. A vantagem, obviamente, é que podemos guardar a mensagem e relembrar toda vez que quisermos, sem a possibilidade de mal entendimento. É claro, muitas vezes, por mais concisa que seja, ainda é possível haver desentendimento e distorção. Isto pode se dar quando uma pessoa não é nativa de um idioma e conhece pouco do idioma utilizado na mensagem.
Com a música o processo é semelhante, tocamos um instrumento e as pessoas ouvem a música, mas não conseguem repetir-la com precisão sem que a pessoa possa ouvir-la repetidas vezes até aprender de ouvido. Qualquer que seja o instrumento musical, precisamos ter uma forma de registrar ou guardar a música, não apenas para que outras pessoas possam repetir-la, mas também que registrar uma idéia de quem a criou e não perder-la facilmente.
A partitura é uma notação comum para que qualquer instrumento possa executar-la, desconsiderando as retrições de cada instrumento. Só que os instrumentos geralmente tocam notas da escala musical que conhecemos: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. A bateria é uma exceção à isto, mas era essencial uma notação para ela. Foi criada tal notação utilizando a própria partitura, com algumas adaptações. Por exemplo, para denotar o ataque à caixa, coloca-se a nota nesta posição da pauta:

Para denotar o bumbo, coloca-se nesta posição:

Para denotar o ataque ao hit-hat fechado, é dessa maneira:


Embora existindo a partitura para a bateria, tem-se utilizado uma outra notação que foi criada para instrumentos de corda, que é a tablatura. No blog vou utilizar a tablatura apenas, porque é bem mais simples de escrever e eu não preciso de um programa específico, como acontece no caso de se criar partituras. Como veremos adiante, outra vantagem é que é bem mais fácil para alguém que não toca bateria identificar cada peça na tablatura e gravar no Dr. 3.
Enquanto a partitura contém um número fixo de linhas, o número de linhas de uma tablatura terá o mesmo número de cordas de um instrumento de corda. Se é um violão ou uma guitarra de 6 cordas, a tablatura vai ter 6 linhas.

E|----------------------|-3p0--------------
B|------3-3-3-----------|------3--0--------
G|------2-2-2----2-2-2--|------------2~p0--
D|------0-0-0----2-2-2--|------------------
A|-2-------------0-0-0--|------------------
E|-0--------------------|------------------

TABLATURA DE VIOLÃO/GUITARRA

Se é um contrabaixo de 4 cordas ou um cavaquinho (que também tem 4 cordas), a tablatura terá 4 linhas.
G|--------------------------
D|--------------------------
A|-------5-5-5-----4-4-4----
E|-0------------------------

TABLATURA DE CONTRABAIXO DE 4 CORDAS

Na frente de cada linha é colocada a afinação do instrumento, isto é, a nota de cada corda solta. Como pode-se perceber, em cada linha da tablatura para estes instrumentos de cordas, contem um número que representa o número da casa no braço do instrumento que será tocado.
Mas, espere aí! E para a bateria? Se a bateria não tem cordas, como denotariamos uma música na bateria com tablatura.
Foi então percebido que ao invés de cordas temos cada componente da bateria e ao invés de casas, temos diferentes tipos de ataque. Por exemplo, consideremos uma bateria com as seguintes peças: 1 bumbo, 1 caixa, 1 hit-hat, 1 prato de ataque (crash), 1 prato de condução (ride), 2 ton-tons e 1 surdo. o total de componentes deste exemplo é 8. Logo, a tablatura para esta bateria teria 8 linhas, algo parecido com isto:
Cr |----------------|----------------|X---------------|----------------|
Ri |----------------|----------------|----------------|----------------|
Ch |x---x---x---x---|x---x---x---x---|--x-x-x-x-x-x-x-|x-x-x-x-x-x-x-x-|
Cx |----------------|----------------|----o-------o---|----o-------o---|
T1 |----------------|----------------|----------------|----------------|
T2 |----------------|----------------|----------------|----------------|
Su |----------------|----------------|----------------|----------------|
B  |----------------|----------------|o-------o-------|o-------o-------|
   |1 e 2 e 3 e 4 e |1 e 2 e 3 e 4 e |1 e 2 e 3 e 4 e |1 e 2 e 3 e 4 e |

Qual linha é cada peça? Bem, vasculhando pela Internet, por convenção minha, tentarei usar no blog sempre as seguintes abreviações/indicações para cada linha:
Cr = prato de ataque (crash)
Ri = prato de condução (ride)
Ch = hit-hat (ou chimbal)
Cx = caixa
T1 = primeiro tom-tom, tom-tom agudo ou tom-tom menor
T2 = segundo tom-tom, tom-tom grave ou tom-tom maior
Su = surdo
B = bumbo
No caso de tom-toms, se houver mais de dois, haverá mais linhas seguindo a notação T1, T2, T3, T4, etc., sendo do menor (mais agudo) para o maior (mais grave). De maneira similar acontece com o surdo, é alterada a notação de Su, para S1, S2, S3, etc., conforme for a quantidade de surdos. Também podemos encontrar a seguinte linha:
Hf = hit-hat (chimbal) pressionado com o pé

Bem, parte já está entendida, mas a bateria não tem casas em cada peça e como se vê no exemplo, pode ter o's ou x's. Quando usar um ou outro? Novamente, vasculhando na Internet, encontrei as seguintes explicações que tentarei manter o padrão.
Na linha do prato de ataque (crash) pode ter as seguintes notações:
Cr |-x-| Atacar o prato de ataque
Cr |-#-| Segurar o prato com as mãos após atacar
Cr |-s-| Prato de splash
Cr |-c-| Prato tipo china
Cr |-b-| Sino da condução

Na linha do hit-hat (chimbal), encontramos os seguinte
Ch |-x-| Ataque ao chimbal fechado
Ch |-X-| Ataque ao chimbal aberto
Ch |-+-| Ataque ao sino (parte central) do chimbal

Na linha do prato de condução, podemos ter:
Rd|-x-| Atacar no prato de condução
Rd|-X-| Atacar no sino do prato de condução

Na linha da caixa, encontramos:
S |-o-| Ataque a caixa
S |-O-| Acento na Caixa
S |-g-| Nota Fantasma na Caixa
S |-f-| Flam na Caixa
S |-x-| Bater no Aro (também encontrei a notação |-@-|)
S |-d-| Rufo alternado (Drag)

No caso de qualquer tom-tom, surdo ou bumbo, pode utilizar:
T1 |-o-| Ataque
T1 |-O-| Acento
T1 |-g-| Nota Fantasma
T1 |-f-| Flam

Falta explicar os números e letras que estão na parte de baixo da tablatura. Eles são utilizados para contar os tempos de cada compasso. Um compasso começa num símbolo '|' e acaba no próximo. A quantidade de hífens ('-') entre o começo e fim do compasso, normalmente é 16, pois cada hífem sería o equivalente ao tempo de uma semicolcheia. Também pode conter o símbolo '+' entre um número e a letra 'e'. Isto acontece geralmente quando há algum componente da bateria tocado neste momento (entre o número e a letra 'e'), Exemplo:
Cr |----------------|X---------------|----------------|----------------|
Ri |----------------|----------------|----------------|----------------|
Cr |x-x--x--x--x----|--x-x-x-x-x-x-x-|x-x-x-x-x-x-x-x-|x-x-x-x-x-x-x-x-|
Cx |----o--o--o--oo-|----o-------o---|----o-------o---|----o-------o---|
T1 |----------------|----------------|----------------|----------------|
T2 |----------------|----------------|----------------|----------------|
Su |----------------|----------------|----------------|----------------|
B  |o----o--o--o----|o-------o-------|o-------o-------|o-------o-------|
   |1e+a2e+a3e+a4e+a|1 e 2 e 3 e 4 e |1 e 2 e 3 e 4 e |1 e 2 e 3 e 4 e |


Bem, acho que este post, já está extenso. Eu apenas tentei dar uma visão geral da notação de tablatura para quem não toca bateria. Devo lembrar que a explicação que é para ajudar na hora de pegar os exemplos e gravar no Dr.3 ou em qualquer outra máquina de ritmos.

Valeu pessoal!
Abraços e até a próxima.

Minha "blog-desvirginação"


Olá, pessoal!

Bem, não sei nem por onde começar e nem onde isso vai dar. Não tenho um formato pré-definido. Não tenho idéia qual é o escopo do conteúdo. Não sei se devo escrever sobre isto ou aquilo. Então resolvi arriscar e deixar me levar, sem tentar me preocupar muito com a estrutura. Claro que me preocuparei com a lingua portuguesa, sem todo o capricho, mas com uma escrita mínima para que eu possa me fazer ser entendido. Vamos lá.
Do que se trata meu blog? Na verdade, tenho um escopo, talvez não muito bem definido. Resolvi criar um blog sobre máquinas de ritmos ou bateria de eletrônica. Como estudo guitarra, violão e baixo e não tenho banda e precisaria de algo parecido com uma banda. Acidentalmente, pesquisando na Internet, encontrei elas: as máquinas de ritmos. Fiquei fascinado. Afinal, eu poderia ter uma banda disponível para mim a qualquer hora do dia ou da noite (coitado dos vizinhos) e sem precisar ficar ouvindo alguém da banda reclamar. Podem concluir que o escopo não é voltado para música eletrônica, mas, sim, para a programação de uma máquina de ritmo para acompanhamento de outros instrumentos.
Me aprofundei nas pesquisas e vi que haviam vários modelos, de diferentes fabricantes. Mas, pareciam que elas não tem tanta saída, pelo menos é algo que não vejo comentários ou sites com dicas ou com músicas para se programar uma máquina de ritmos. Parece que as pessoas compram, descobrem que não é tão fácil assim e as deixam de lado. Quem sabe, tem vergonha de falar sobre máquinas de ritmos. Quiçá, até mesmo não dão tanta importância para elas para buscar algum conhecimento ou disseminar-lo.
De qualquer forma, depois de uns dois meses, comprei uma que achei que me atenderia ao preço que eu queria (na verdade podia) pagar. E a "felizarda" que eu escolhi foi a Boss Dr. Rhythm DR.3 (figura abaixo). No começo, achei muito legal. Ela também grava a linha de contrabaixo! Toda a guitarra (e qualquer instrumento solista) deveria vir com um aparelho deste. Algumas horas depois acordei e me deparei com algumas perguntas: o que faço com isso? Como eu me beneficiaria com ela?
Tentei buscar no manual, mas manual só diz quais são os recursos dela e como acessar cada recurso. Bem, pensei o seguinte: "eu sou muito burro ou o manual está faltando algo ou eu precisaria de um curso". Não sabia a resposta, mas não me intimidei e decidi tentar usar-la para alguma coisa. Não foi barato e não tinha como expilcar para a patroa que gastei uma grana em algo que não usaria (rsrsrsrsrs).
Antes de continuar, não falei sobre o quão exímio guitarrista sou, não é verdade? Na minha adolescência aprendi a tocar violão popular e clássico, embora, como todo bom rockeiro, eu quisesse tocar guitarra. Meu pai pagaria apenas o curso de violão. Pensei um pouco e encarei. Não me arrependi depois. Gostei bastante. Realmente, adorei. Fiz 1 ano e meio e parei. Era muito tímido. Depois, de uns dois anos meu pai pagou o curso de guitarra que fiz por 1 ano e parei porque não gostei muito do método. Alcancei os 18 anos e fui trabalhar (aos 19), deixando a música e os instrumentos de lado. Nunca mais peguei para estudar com disciplina e afinco. Cheguei a comprar um baixo Jennifer (não riam) que tenho até hoje. Agora, aos 34 anos resolvi voltar a tocar novamente. Como estudei mais violão, eu tocava sem palheta. Pegar a guitarra e usar palheta era um parto para mim e ainda é. Estou estudando bastante guitarra e me dedicando aos exercícios de palhetada alternada. Também estou praticando contrabaixo, com o meu Jennifer (affh). Pode-se concluir que estou muito longe de tocar bem, mas quero tocar algumas música e ter um acompanhamento.
Voltando ao Dr. 3, sendo ainda "iniciante" em uso de palheta alternada na guitarra busco músicas fáceis para aprender. Isto me levou a tentar gravar toda a linha de bateria e de baixo (já falei que é possível programar nela a linha do baixo, né?). Consegui um bom resultado com a primeira música: Seven Nation Army do The White Stripes. Os três instrumentos - guitarra, baixo e bateria - são fáceis de aprender (fica a dica para os iniciantes). Depois, fui para a próxima música: Sunshine Of Your Love do Cream. E a terceira foi Paranoid - do Black Sabbath. Tenho outra engatilhada (The Hardest Button to Button, também do The White Stripes) para gravar.
Vi que estava obtendo algum resultado positivo e decidi criar um blog. Não sei onde eu estava com a cabeça, mas, como disse antes, vamos ver onde isso vai dar.
Encerro por aqui meu primeiro post na bloggosfera. Espero que este não seja meu último post. E pretendo colocar um passo a passo para programar uma das músicas no Dr. 3. Obviamente, outras também.
Obrigado.
P.S.: espero não estar falando sozinho.